Por que é tão difícil empatizar com o cônjuge?

25 ago 2021

Estamos sendo empáticos quando alguém compartilha conosco algo, como uma situação que lhe causou dor, e conseguimos nos colocar no lugar desta pessoa. A empatia se torna difícil se alcançar dentro de uma relação de casal, porque na maioria das vezes, estamos diretamente envolvidos naquele acontecimento.

Um dos principais erros que impede que ocorra a empatia, é o comportamento de tornarmos sobre nós o que o cônjuge está expondo. Por exemplo, se ele(a) diz “estou triste” e você responde com “mas pensei que eu fizesse você feliz”, isto provavelmente fará com que ele(a) se sinta culpado(a). Compreender que as esferas da vida de seu(sua) companheiro(a) não se alinham somente em torno do relacionamento e de você, e não se responsabilizar por isso, é fundamental para que seja possível empatizar.

Outro ponto válido a ressaltar, é quando seu cônjuge realmente está se referindo a você. Suponhamos que ele diga “eu não me sinto apoiado por você”. Neste caso, a melhor devolutiva não é “mas eu te apoio!” porque a questão é: em qual ponto ele está se sentindo desamparado? Deixe-o falar, assim você conseguirá perceber se o que ele está trazendo é de fato real, e, se não for, poderá esclarecer as coisas.

Sobre ser real ou não o que o outro traz, é preciso que haja cautela para que não coloquemos somente o nosso olhar sobre sua queixa, já que sob a nossa perspectiva, dificilmente iremos reconhecer e validar o seu sentimento. Então, se ele disser “você não me dá atenção”, você pode perguntar quando isto aconteceu, e ele responderá que é pelo fato de você ficar muito no celular quando estão juntos, por exemplo.

Dessensibilizar é importante, caso contrário, tudo soará como uma provocação. O primeiro passo para compreender os desconfortos que podemos causar em nosso companheiro(a) é tornar legítimo aquilo que ele(a) sente. E abrir espaço para que tudo seja esclarecido e posterior mudança de postura.