Os limites do insistir
25 out 2020
Com o passar do tempo em uma relação de casal, é comum que características e comportamentos do outro sejam vistos como negativos e que mudanças sejam necessárias. Determinados pontos no parceiro(a), fazem parte do que ele(a) é, e muito provavelmente já existiam antes da relação. Contudo, é comum que coisas como estas sejam ignoradas no início, devido ao sentimento que embala o momento de conhecer uma pessoa nova e a paixão que acontece a seguir.
A presença de perspectivas diferentes no decorrer da relação, pode aumentar a necessidade de “transformar” o outro, e dependendo do que for, corre-se o risco de cometer um grave erro. Por isso, é fundamental se ter em mente quais mudanças são importantes para o relacionamento e o que serve somente para suprir um desejo próprio.
Insistir para que a outra pessoa responda a uma demanda individualista faz com que ela tenha que abandonar o que ela é, para aderir à personalidade que está lhe sendo imposta. Isto é um grande perigo, pois a pessoa deixa de ser ela mesma para ser a projeção daquilo que o outro quer. Além de ser uma injusta manipulação, isto se tornará insustentável ao longo do tempo.
No entanto, isto é diferente de uma demanda de mudança de comportamento para o bem da relação. Quando isto ocorre, a necessidade é de mudança do comportamento e não de mudança da personalidade do outro.
Quando a mudança é pelo bem do casal, o outro precisa reconhecer e se dispor a mudar. O esforço, neste caso, não funciona se vier apenas de uma parte. Precisar insistir para que o relacionamento seja avaliado com mais cuidado e que corre risco, pode ser um sinal de que ele está sendo valorizado somente por um dos cônjuges.
Avaliar o relacionamento, reconhecer a necessidade de mudanças de comportamentos para o melhor convívio e eficácia, fazem parte da saúde da relação. E assim ambos colherão os frutos, tornando o relacionamento mais atrativo e leve. Vale à pena refletir e investir.