O papel do “eu te amo” em um relacionamento abusivo

16 set 2020

O momento de se dizer que ama pela primeira vez é um marco na relação. Há casais que dizem em pouco tempo e aqueles que demoram um pouco mais.

O “eu te amo” carrega consigo o poder de fazer a outra pessoa se sentir especial e desejada. Em uma relação abusiva, física ou psicologicamente falando, essa frase se apodera da fragilidade do outro para fazer com que ele tenha um vínculo de dependência emocional com aquele que está tendo o comportamento abusivo. Por isso, é importante notar em quais circunstâncias seu parceiro declara o seu amor.

1. Ele te desmotiva, mas “por amor”, como ele sempre diz. Quando você cogita procurar um emprego melhor, iniciar um projeto pessoal, adquirir algo novo, etc. seu parceiro te incentiva a se manter estagnada, porque “ele a ama e não quer vê-la sofrer caso as coisas não derem certo”. Tal preocupação que parece confortante, é, na verdade, uma tentativa de controle.

2. Ele evita que você tenha uma vida social, tenha amigos e que saia sem ele, sob o argumento de que “te ama ao ponto de querer passar o maior tempo possível ao seu lado”. Não há como negar este pedido, porque ele é feito com amor, certo? Errado. Para quem é abusivo, você ficar debaixo dos olhos dele em todos os momentos, facilita para que ele tenha posse sobre você e seus sentimentos.

3. Ele diz ser “a única pessoa de sua vida que vai te fazer feliz”. Independente de todos os conflitos, ele estará ali por você, porque todos os comportamentos agressivos – não necessariamente físicos – são, segundo ele, porque “o amor dele é tamanho que ultrapassa os níveis normais”. Estas atitudes, depois de certo tempo, fazem com que sejam vistas como naturais.

É fundamental ter-se em mente que a mínima insegurança que seja é suficiente para que um parceiro abusivo passe a ser manipulador. Este tipo de comportamento não é normal, ainda que ele faça parecer que seja. Por isto, é importante saber que o amor vai muito além do “eu te amo”. É o cuidado, o afeto que não sufoca, a mão que não oprime a sua, dentre outros pontos que exemplifica o que é o real sentimento de amor.