O mito do amor romântico
23 nov 2020
A construção do amor ao longo dos séculos trouxe para a contemporaneidade a ideia do amor romântico, com almas gêmeas, amor eterno e, total completude.
Em um relacionamento, cada pessoa se porta de acordo com a configuração afetiva que viveu em seu convívio familiar, e que, muitas vezes, está muito distante de se parecer com os contos de fadas, se afastando do modelo de Romeu e Julieta.
Pensando nisso, buscar uma relação com expectativas irreais é inatingível e frustrante, o que gera um sentimento de inadequação.
Relacionar-se gera, naturalmente, diversos conflitos e fases difíceis, típicos da convivência a dois. Por isso, forçar o relacionamento a se adequar a estruturas engessadas que se passam por românticas e ideais causa desapontamentos ainda maiores para o casal.
O mito do amor romântico oferece um “guia de como deve ser a relação”, e que é idealizada pelos parceiros que estão iniciando sua vida conjugal. Sendo assim, é tentador viver um namoro – ou casamento – onde o dia começa semelhante aos comerciais de margarina e termine como as propagandas de TV por assinatura, em perfeita harmonia até mesmo na escolha do filme que irão assistir.
Além disso, é apresentada a ideia de que o parceiro – ou parceira – deve ser o encaixe perfeito, seguindo o “amor platônico” (de Platão) em que o amor ideal foi dividido em duas pessoas distintas, que devem se encontrar para que sejam felizes. Mas, será mesmo possível existir alguém que seja verdadeiramente a “tampa da panela”?
Ir atrás do inatingível faz com que as relações reais passem despercebidas. As pessoas são diversas, assim como suas manifestações de amor. Não existe a pessoa idealizada. Pensando nisso, deixar de buscar pelo relacionamento perfeito torna as expectativas palpáveis e mais fáceis de serem atingidas, entendendo que é possível se ter romance real, em uma relação feita com parceiros de verdade.