O casamento é indissolúvel e até que a morte os separe?

08 dez 2020

A história do casamento remonta à ideia de uma união que, depois de oficializada, não poderia mais terminar. Por isso é comum ver casamentos mais longos, de pessoas já idosas, que trazem uma história de renúncias principalmente por parte da mulher, sendo o homem um vitorioso por ter “aguentado” por tanto tempo a vida monogâmica. Tais perspectivas demonstram que a união estável é tida como um fardo difícil de ser carregado.

Ainda que seja socialmente aceitável viver renunciando até a si mesmo a favor da relação, é nítido o quanto isto é desgastante e está longe de ser o ideal. E, mesmo que pareça inatingível, é possível construir um relacionamento longevo e, ao mesmo tempo, saudável para ambos os cônjuges, sem a ideia de “engolir sapos”, mas com a consciência de que o casal está em uma constante evolução individual e conjugal.

Para isto, alguns pontos precisam ser ressaltados:

1. Ser flexível é um fator básico a ser trabalhado na relação. Entender que em determinados momentos será preciso ceder, para que conflitos sejam evitados e não haja um desgaste ocasionado por discussões com causas superficiais.

2. O casal deve “escolher as suas batalhas” não conflitando por qualquer motivo, gastando assim, menos energia com brigas e discussões. Não se entra em conflito por tudo. Mas às vezes o casal está tão irritado, que não consegue evitar discussões por qualquer motivo. E isto tende a afastá-los ainda mais.

3. Por vezes, a relação vai depender mais de um que do outro. Isto porque, em certos momentos, um dos cônjuges pode estar mais fragilizado, ou passando por momentos difíceis, não conseguindo se doar para a relação. Existe a necessidade de se entender que uma relação equilibrada nem sempre vai estar dividida em pesos iguais.

4. Por fim, a consciência ajuda a compreender que a maturidade faz o parceiro (ou parceira) não ser a mesma pessoa do início do relacionamento, o que pode ser positivo.

Estar disposto a ser maleável faz com que seja possível solucionar conflitos de maneira mais madura e com menos chances de haver um rompimento. Isto faz com que a relação seja duradora e mais leve, podendo durar “até que a morte os separe”, mas não por se tolerarem, mas porque é prazeroso estar nesta relação.