O amor salva tudo?
20 nov 2020
Nos filmes e nas novelas o casal sempre fica junto após uma longa história de impedimentos e separações, porque se amam e isto basta! Será?
O amor tem uma construção cultural idealizada, de modo que tudo precisa ser relevado em nome deste amor e o relacionamento deve existir “até que a morte os separe” para que “sejam felizes para sempre”.
O amor se constitui de diversos fatores, dentre eles o bem estar que esta relação propicia. Comumente, o que se sente pelo outro é colocado acima de conflitos, e o casal decide ainda tentar sempre em função deste amor. Porém, é necessário entender quando não dá mais para continuar.
É possível que a relação atinja um ponto em pode até ser que exista amor, mas somente ele não é mais suficiente para sustentá-la, pois não se pode ultrapassar os limites da convivência saudável a dois.
Terminar um relacionamento pode ser muito doloroso. Para evitar esse abalo emocional, o casal tenta reinventar o amor que os uniu no começo de sua ligação, que, por sua vez, já passou por diversas modificações.
Esperar que a relação passe, a ser embalada pelo sentimento que existia quando tudo se iniciou pode ser frustrante. Isto porque o primeiro sentimento é o da paixão, que faz tudo parecer perfeito. E em nome dela, divergências são quase inexistentes, ou transpostas rapidamente.
Depois desta fase, a relação passa a colocar em xeque também os pontos negativos dos parceiros, e a vontade de superar isto, como acontecia facilmente naquele tempo toma conta.
Em um momento em que a convivência torna-se difícil, não se deve esperar que somente o amor salve a relação, mas sim partir para a ação, ou seja, reavaliar a relação em si, analisando se esta está saudável ou tóxica. E ainda, se há possibilidade de mudanças de comportamentos, pois ambos são responsáveis pela sustentação da relação, e não somente o amor.