Encare os fatos
04 jan 2022
Após anos de casamento, o casal hipotético Fernando e Heloísa já acumulou um número tão grande de discussões, que dificilmente conseguirão compensar tudo de ruim que disseram um ao outro. Também houve traições de ambas as partes e Heloísa se empenhou para que os filhos de Fernando se afastassem. Agora, com a relação deteriorada, adiam o término sob a justificativa de que viveram muitas coisas boas juntos e “pode ser que tudo melhore”.
É curioso como um casal tende a ser otimista em momentos que precisam encarar a realidade e não postergar uma relação que já está em ruínas. No entanto, existe uma justificativa para isto: toda situação, por mais desagradável e prejudicial que seja, comumente se torna cômoda com o passar do tempo. Por incrível que pareça, é mais fácil se acostumar com ela, do que acabar com tudo e lidar com o que virá depois, exatamente por isto, é preciso cautela.
Um dos pontos que prende um parceiro ao outro, é a banalização de situações destrutivas, como o casal estar sempre em conflito. Comumente, se naturaliza as brigas, as farpas atiradas em direção ao cônjuge, se tornando uma facilidade passar por cima de todas estas coisas, até a próxima discussão surgir. Nestes casos, vale lembrar que ofensas constantes e desavenças não devem ser a atração principal em uma relação conjugal, sendo importante buscar evitá-las.
Além disso, possivelmente os momentos agradáveis que os cônjuges tiveram juntos, seja um dos motivos para que o término pareça insuportável de digerir. Porém, não se pode viver de memórias na tentativa de maquiar o fato de o momento presente estar intragável. O passado feliz do casal, quando os parceiros já não têm mais ferramentas para viver em harmonia, pode ajudar para que consigam encerrar a relação com o sentimento mais ameno possível em relação ao outro.