Cuidado para não potencializar só o que há de pior no outro
25 jul 2021
Atenção plena ao(a) parceiro(a), dotes culinários, dedicação e organização com as tarefas domésticas, ser bom com os horários, estar perto da família, gostar de viajar, mas também de ficar em casa. E a lista não para por aí, isto porque esperamos tudo do outro e tendemos a potencializar aquilo que não existe nele.
Em um relacionamento, quando se trata de duas pessoas plenamente estáveis emocionalmente, é esperado que os cônjuges compensem os pontos em que não se saem tão bem, com outros em que são melhores. No entanto, o mais comum são casais que destacam o pior de cada um, e não reconhecem aquilo que é bom no outro e que está sendo eficaz para a relação.
Para ilustrar, podemos usar o casal fictício, Tiago e Fernanda. Tiago é um tanto quanto desligado com relação à organização da casa, mas Fernanda é extremamente organizada. Por isto, ao fazer o jantar, ela não quer que acumulem louças sujas na pia, sendo que o combinado é que ele se encarregaria de lavá-las. Mas ele não o faz no momento que ela quer. Assim, ela reclama que ele está descumprindo o combinado e ele trava uma guerra, chamando-a de impaciente e implicante. Ao que ele poderia dizer que irá lavar assim que ela terminar, e que realmente o faça.
Muito provavelmente, Fernanda não vai mudar o seu senso de organização e deixar de se preocupar com a ordem, ao passo que Tiago tampouco vai se tornar muito mais organizado. Porém, ao invés de ficarem se alfinetando num ciclo sem fim, os dois podem encontrar um equilíbrio para se ajudarem, flexibilizando e entendendo o jeito de cada um.
É comum, em uma tentativa de se auto proteger, dar ao outro somente uma opção do que fazer, e como fazer. Contudo, em uma relação, o casal precisa encontrar mecanismos para ceder e se adaptar às formas do outro. Fernanda, pode cobrar menos e Tiago, se esforçar um pouco mais. Assim, abertos à mudanças, cada um vai cedendo um pouco, sem perderem a essência de si mesmos.