Comunicação: o óbvio também precisa ser dito?

05 jun 2021

Nos relacionamentos há uma resistência muito grande em dizer o óbvio, porque é óbvio! No entanto, o óbvio é óbvio para você porque está claro dentro de você o que o outro deve perceber, fazer, dizer etc. O que deveria ser de fato óbvio, é não esperar que o cônjuge note todas as nossas obviedades. Isto seria exigir demais de alguém que também possui as suas próprias.

Esperar que o outro entenda por indiretas, sinais, expressões faciais e todas as demais ferramentas é um tanto cruel, pois se a pessoa não decodificar estes sinais, ainda será vitima de sua impaciência.

Querer que o parceiro (ou parceira) perceba tudo, diz mais sobre nossas necessidades afetivas do que sobre a falta de sensibilidade dele(a). A falha está no ato de medir o amor do outro através do que ele não fez, mas deveria. Talvez você pense “ele(a) deveria ter notado que o que disse me fez mal, dava para ver pela minha reação”. Talvez, não. Sua reação é óbvia para você justamente porque ela é sua, e não do outro.

Além disto, há comportamentos piores, como por exemplo, desejar que o cônjuge faça o jantar, e aguardar até o último instante para que ele perceba o que você espera dele. Quando o jantar não é feito, portas são batidas, indiretas são jogadas no ar e ele(a) se torna alvo de um erro, que nem sequer sabia que havia cometido.

É muito comum valorizarmos iniciativas, mas, apenas pedir para ele(a) fazer algo, pode evitar que um grande conflito se instale, já que novamente o óbvio não era tão óbvio assim. Dizer o óbvio não tem nada a ver com repeti-lo incansavelmente, mas com sinalizar seus sentimentos de forma clara, de modo a impedir que o outro te magoe sem ter conhecimento que esteja fazendo isso.