Ciclos e estágios dos relacionamentos afetivos
27 abr 2023
Os relacionamentos afetivos têm várias fases, e citarei apenas as fases iniciais, que vão do namoro ao nascimento dos filhos.
Iniciarei pela fase do namoro, que é um momento de sedução, em que ambos mostram o melhor de si ao outro. Há um encantamento pelas qualidades mútuas, e os defeitos “ficam para depois” (o que é um erro, deve-se observá-los para ver se são suportáveis e/ou superáveis).
Observo que os homens, de um modo geral, neste período de namoro e posteriormente o casamento, ainda não pensam em construir uma família. Priorizam ter uma companheira, uma companhia diária, e que tenham a mesma intensidade física e emocional do período de namoro.
Já as mulheres, também de um modo geral, antes mesmo do casamento já pensam em ter filhos e constituir uma família. Há uma disparidade de desejos, o que não impede o bom andamento do relacionamento.
Após um tempo, variável de casal para casal, entram em um novo ciclo do relacionamento, que é a decisão de terem filhos e em qual momento. O diálogo vai desde a questão financeira, até a divisão de tarefas relativas aos cuidados dos filhos ou até mesmo com quem deixá-los para que ambos possam trabalhar. (Isto se a gravidez acontecer de forma não planejada e inesperada. Se for assim, tudo acaba se ajeitando, meio no improviso, mas depois se estabiliza).
O nascimento do primeiro filho é um momento de muita alegria e ao mesmo tempo tensões e inseguranças, pois a maioria dos casais, ainda não passaram por esta experiência. Alguns casais contam com a ajuda das suas respectivas mães e outros não têm esta ajuda, por motivos variados.
E o relacionamento do casal, neste momento de desequilíbrio da rotina familiar (depois há um ajuste e reequilíbrio desta rotina), como fica? Pode ter havido muitas discussões, principalmente no que se refere à divisão de tarefas relativas aos cuidados com o bebê, com as tarefas da casa, etc.
Uma boa notícia, é que tenho observado uma participação masculina muito ativa nos cuidados dos filhos. Se conscientizaram da importância da participação dos pais nos cuidados e educação das crianças, não deixando mais estas tarefas somente para as mães. Não se pode deixar de registrar esta mudança extremamente positiva do comportamento masculino.
Ainda falando desta fase, a mulher se encontra no período de puerpério1, com questões emocionais e físicas que precisam de atenção. Consequentemente, a vida sexual do casal sofre uma queda, pois por vezes a libido da mulher diminui, por questões hormonais. É importante esclarecer que a perda de libido desta fase não é um desinteresse pelo parceiro, e sim de origem hormonal (já escutei relatos de alguns homens se diziam se sentirem “rejeitados”).
Além de tudo isto, a mulher se sente insegura, pois geralmente o seu corpo está acima do peso e ela sem tempo ainda de cuidar disto.
Há também um sentimento do homem de “ter sido deixado de lado na relação”, pois a companheira só dá atenção à criança. Neste momento, é preciso muito diálogo e maturidade do casal, pois a prioridade é sim da criança, por ser totalmente dependente e indefesa.
Após alguns meses, há um ajuste e reequilíbrio da rotina e da vida sexual do casal. É importante ter em mente que tudo isto é uma fase e o reajuste acontecerá, com toda certeza, com compreensão e empenho de ambos os parceiros.