Casais tendem a priorizar os objetivos de carreira do homem, aponta estudo.

18 abr 2016

Na carreira profissional é comum nos depararmos com novas propostas de trabalho, que incluam cargos melhores, salários maiores, e que podem implicar na mudança de cidade, estado e até mesmo de país. Um estudo norte-americano comandado pelas universidades de Califórnia-Davis e Iowa apontou que, nestes casos, os casais tendem a priorizar os objetivos de carreira do homem.

Na prática, se o homem recebe uma boa proposta em que seja necessário morar em outra cidade, a mulher acaba abrindo mão de sua carreira para acompanhar o marido. Quando não encontra trabalho em sua área de atuação na nova cidade, tem de se contentar com um emprego que não seja tão gratificante quanto o anterior, tanto na questão financeira, quanto na parte emocional. Com o tempo, a mudança para pior no curso de sua carreira começa a gerar frustração, o que aos poucos afeta a vida do casal, causando conflitos e desgaste.

Atuar em um emprego não satisfatório pode gerar stress, o que só contribui para o efeito “bola de neve” nas brigas do casal. Segundo outro estudo norte-americano, patrocinado pela Benenden Healthcare Society, 60% das pessoas “explodem” com o companheiro por estarem se sentindo estressadas, fato que não ocorreria em circunstâncias normais. Os casais que disseram estar submetidos a stress admitiram ainda ter cerca de duas brigas por mês, ficando por alguns dias sem se falar após as discussões. Metade dos pesquisados reconhece que as brigas se transformam em um círculo vicioso, já que novos conflitos são causados em razão dos antigos.

No fim, depois de o trabalho afetar a relação, é a vez da relação afetar o trabalho. Segundo as 2 mil pessoas ouvidas no estudo da Benenden, brigas entre o casal terminam por atrapalhar a relação com os filhos e também a produtividade no ambiente de trabalho.

Não é segredo pra ninguém que para uma relação harmoniosa é importante que os objetivos, interesses e desejos de ambas as partes estejam em acordo, já que a dissonância entre eles é porta de entrada para conflitos. Por isso, é importante avaliar friamente propostas de trabalho que possam significar a ascensão de um, com a consequente decadência do outro, evitando assim problemas na relação que podem terminar causando problemas também profissionais.

Mestre em Psicologia pela Puc Minas, Ana Carolina Morici dá aulas de Pós-Graduação no Curso de Psicoterapia de Família e Casal da Puc Minas, e também no Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Atua como Terapeuta de Casais em Belo Horizonte. É tabém terapeuta de Família e Individual.

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