A síndrome do “salvador da relação”

A síndrome do “salvador da relação”
22 nov 2021

O cônjuge que sofre da “síndrome do salvador” é aquele que acredita que tudo que acontece na relação do casal, é por empenho dele. A forma que os problemas são resolvidos vem dele, ele não mede esforços para melhorar a relação; é ele quem busca programas para que possam se distrair, também ele quem sempre sugere o que vão assistir, comer, beber, “porque o outro parceiro nunca tem iniciativa”. Entretanto, talvez seu parceiro não toma as rédeas porque você não permite que ele o faça, mesmo que sem perceber.

Como isto é possível?

Se você sempre chega com decisões tomadas e nunca com propostas, como “hoje vamos jantar naquele restaurante!” ao invés de “o que você acha de irmos jantar naquele restaurante, ou tem alguma outra sugestão?” Com o tempo, seu(sua) companheiro(a) naturalmente irá aguardar pelos seus comandos.

Pode acontecer ainda de você criticar o que o outro propõe, como sendo algo chato e desinteressante, o que é bastante perigoso, pois ao assumir a identidade de “salvador do relacionamento”, você passa a sufocar seu cônjuge para que você conduza tudo. E aqui vai uma revelação: uma relação não pode ter somente um protagonista. É preciso que cada um tenha seus momentos de surpreender ao parceiro…

Como “salvador” você também pode ter a concepção de que possui as melhores formas de solucionar os conflitos do casal, o que contribui para a inferiorização do outro. Chega um ponto em que “todas as brigas acontecem por causa dele”, já que você tem somente “as melhores intenções” para os dois. Responsabilizar seu(sua) companheiro(a) por todos os problemas da relação é muito prejudicial, porque a autoestima dele(dela) e o sentimento de relevância na vida conjugal pode ficar rebaixado.

É crucial analisar se este comportamento não acontece por suas próprias necessidades, pois o outro pode estar sendo usado como um álibi seu, para você se sentir melhor consigo mesmo. A relação só acontece se houver duas pessoas presentes, que devem ser valorizadas e ter espaços iguais para se expressarem.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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