A relevância de uniões com bases afetivas ao invés de bases materiais

A relevância de uniões com bases afetivas ao invés de bases materiais
14 dez 2020

O casamento no Brasil se consolidou a partir de bases patrimoniais, no intuito de unir duas famílias para a manutenção do status de ambas. A partir do final do século XIX e início do século XX, as uniões começaram a se pautar pelo afeto – amor. No entanto ainda hoje, é possível observar que algumas uniões, possuem bases materiais, como se existisse uma “receita” para se construir uma relação bem sucedida para além do quesito afetivo, chegando até o fator financeiro.

É comum na realidade das clínicas de psicoterapia de casal, receber cônjuges que apresentam insatisfação com relação ao seu(sua) parceiro(a), por acreditar que este não se esforça o suficiente para fazer com que a família suba as escaladas do poder aquisitivo. A “medição” para uma boa relação está no carro que possuem, no apartamento ou no número de viagens para o exterior. Naturalmente, o casal se afasta das demonstrações de afeto cotidianas, por conhecerem um relacionamento em que o amor pode ficar para depois.

A reconfiguração do casamento moderno, que propõe a revolução do afeto e uma maior flexibilidade das regras impostas para o relacionamento, proporcionou às relações a possibilidade de os parceiros fazerem um movimento inverso, consolidando seu sentimento um pelo outro, para então poderem construir uma vida bem sucedida.

A partir disto, é importante perceber na vida a dois o quanto o casal consegue estabelecer um relacionamento sólido a partir de sua estabilidade emocional, onde fica claro o que um sente pelo outro, como também seus objetivos que vão além da “troca do carro”.

Não há como negar o dito popular “o amor não enche barriga”, mas as relações afetivas têm mais chance de sobreviver às adversidades, até mesmo as financeiras, que podem surgir durante a vida conjugal. Isto porque é possível que um dos parceiros “segure a onda” enquanto o outro estiver instável, ao invés de este momento incentivar o rompimento da relação.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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