A intimidade exige tato

A intimidade exige tato
23 jun 2021

Ter intimidade com o parceiro nos dá a sensação de que tudo pode ser dito, e de qualquer forma, certo? Errado. Essa visão é a porta de entrada para o conflito, porque é justamente o fato de conhecer o outro a ponto de se sentir confortável para derramar sobre ele o que vier à cabeça, que exige cautela.

Mas por quê?

Porque é com a intimidade que se conhece exatamente o cônjuge, e o ímpeto de dizer todas as coisas pode fazer com que um ponto sensível do parceiro(a) seja tocado, e que ele(a) se magoe, enquanto isto podia ser facilmente evitado.

No entanto, pode ser que você esteja pensando que, se você e seu cônjuge alimentam uma relação íntima, ele sabe discernir em quais momentos você agiu sem pensar, ou disse o que não tinha a intenção de dizer. Só que isto também está errado, porque tira de cada um dos parceiros a responsabilidade de zelar pelo bem estar emocional de seu(sua) companheiro(a) e, consequentemente, do relacionamento, pois coloca um no outro o dever de compreender as intenções que cada um teve em cada momento em que se magoaram. Porém, “intenções” é algo um tanto quanto vago.

Qual a razão de torcer para que o outro enxergue que atrás de um grito tem uma boa “intenção”? Esse comportamento faz com que ambos os cônjuges coloquem nas mãos um do outro o troféu de menor empenho na relação, o que fará com que ela se deteriore ao passar do tempo.

Quando as mais diversas situações do dia a dia provocarem sensações desagradáveis, lembre-se que isso não lhe dá um salvo-conduto para descontar em seu parceiro. Isto terá “um preço alto” na relação.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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