Estou sem tempo para o meu relacionamento. E agora?
08 maio 2021
É recorrente na minha prática clínica, casais que se queixam de falta de tempo para o cônjuge. No entanto, colocar a relação em segundo plano é o que faz com que a harmonia e os sonhos do casal, caiam por terra.
Com o turbilhão da vida cotidiana, os cônjuges comumente adiam conversas e problemas a serem resolvidos, sob o pretexto de que “isto passará rápido”. Até momentos que gostariam de passar juntos, são adiados, sob o pretexto de outras prioridades inadiáveis. No entanto, parceiros que antes caminhavam lado a lado, passam a seguir em direções opostas, se distanciando cada vez mais de como eram no começo da relação.
Por isso, é fundamental investirem um tempo ao casal, seja para “apararem as arestas” da relação, resolverem os problemas cotidianos e principalmente, para vivenciarem-se como casal, programando momentos de lazer e prazer conjuntamente.
Pensando nisto, aqui vão algumas dicas para o casal que está distante da relação:
Um excelente ponto de partida seria os cônjuges se conscientizarem de que ambos estão precisando se esforçar mais, lembrando que o investimento deve ser equilibrado, de modo que se empenhem igualitariamente.
Assim, se torna útil se comprometerem a realizar algo que está em falta na relação: dialogar para tentar resolver um conflito, num momento propício e de calma. Quando ambos os parceiros se esforçam, fica mais fácil para que impeçam que aquela situação desagradável continue a acontecer, lembrando sempre do propósito de resolverem a situação.
Mas é fundamental lembrarem-se de algo básico, escutarem-se e não caírem na tentação de apenas se defenderem. Terem a humildade de reconhecerem os próprios erros e dizerem aquilo que com certeza ensinam a seus filhos (caso os tenham) ou foram ensinados pelos seus pais – pedirem desculpas e se comprometerem a se esforçar para não repetir tais erros.
Algo que também não pode ser esquecido, é se programarem e realizarem momentos juntos no dia a dia, seja no café da manhã ou jantar, para que possam saber sobre o outro, escutá-lo nas suas realizações e/ou frustrações. Este momento é fundamental para desenvolverem o companheirismo e cumplicidade, que com certeza deve estar desativado.
Propuserem-se a fazer programas que realizavam no começo da relação é igualmente fundamental, pois o sentimento nostálgico ajudará ao casal a perceberem quais motivos os fizeram decidir ficar juntos. Ou até mesmo programas diferentes dos daquela época, pois as pessoas mudam e as possibilidades se ampliam.
Entretanto, caso esteja difícil encontrar o ponto de partida, buscar ajuda na terapia de casal é uma alternativa, pois o terapeuta irá auxiliá-los a reconhecerem os pontos específicos que estejam sendo prejudiciais para o afastamento e declínio da relação. Irá buscar juntamente ao casal novas estratégias para o resgate e funcionalidade da relação.