Com o tempo, discutir se torna um vício

Black married couple sitting on sofa looking at each other sorting out relationships having problems in relations. Emotional boyfriend and girlfriend quarrelling gesturing feels angry and dissatisfied
21 fev 2021

Discussões são cansativas, ainda mais quando acontecem com frequência. Mesmo que a maioria das pessoas não suporte viver num ambiente de brigas, seus relacionamentos podem ser pautados por conflitos que têm como motivo coisas mínimas, como a roupa usada deixada no chão do banheiro.

Entretanto, será que a causa da briga pela roupa no chão do banheiro é realmente a roupa?

Entrar num ciclo vicioso de discussões faz com que o casal nem se lembre mais do porquê de estar brigando, pelo grande número de sentimentos mal resolvidos acumulados. Às vezes, o hábito de chegar até o outro de forma agressiva torna-se um comportamento padrão sempre que for preciso falar com o cônjuge, instalando uma relação em que o casal não sabe mais o que é conversar de maneira tranquila.

Discutir por qualquer motivo tira o foco dos verdadeiros problemas, já que, quando os parceiros se sentarem para resolvê-los, caso essa conversa vire uma discussão, a discussão se encaminhará para a “toalha molhada deixada em cima da cama”.

Sendo assim, o casal começa a competir, até mesmo sem perceber, para ver quem consegue ser mais agressivo. Aquele que for atingido por uma avalanche de reclamações desmedidas vai acabar por devolver na mesma moeda, construindo o palco para uma nova discussão, na primeira oportunidade que surgir.

Mesmo que brigar pareça ser a única solução, há caminhos mais saudáveis a serem tomados. Praticar o exercício do diálogo é bastante efetivo, porque com ele se torna possível chegar até o outro de uma forma que não o machuque e nem desgaste ambos. Ao vir na mente o impulso de instalar uma nova discussão, é válido se perguntar “o que estou prestes a fazer é realmente necessário? É este o caminho da solução?”

Tirar alguns instantes para visualizar a situação de fora permite que os parceiros possam enxergar que um número excessivo de brigas é bastante prejudicial para a relação.

Muitas vezes, o casal é tomado pelas emoções e deixa de pensar racionalmente, podendo trocar o afeto ao outro por um sentimento de repulsa, devido a tantos conflitos, chegando ao ponto de não se sentir bem dentro da própria casa. E lá se vai embora a tão sonhada vida de cumplicidade e afeto do casal.

Mas tudo isso pode ser evitado, bastando que não deixem chegar a esse ponto de desarmonia. Se não conseguirem sair desta situação recorrente, procurem uma terapia. O terapeuta de casais, por ser uma pessoa imparcial e especializada em questões emocionais e relacionais, pode ajudá-los a retomarem o caminho do entendimento e da harmonia que havia no início da relação do casal.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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