Quais são os limites do apego em um relacionamento
11 jun 2020
O apego é desenvolvido ainda na infância, com a figura principal do apego centralizada na mãe (ou no seu substituto). Qualquer falha nesse acolhimento, nos primeiros meses de vida, torna o indivíduo potencialmente dependente do apego em suas relações futuras.
A pessoa apegada tem a necessidade de estar sempre muito próxima de seu parceiro, em uma relação de completa dependência. Em casos assim, é provável que ela tenha sintomas físicos ao menor sinal de distância, como crises de ansiedade ou agressividade repentina. Isso acontece porque o indivíduo tem um grande medo de uma possível separação ou abandono, devido à sua insegurança consigo mesmo.
É importante destacar que em um relacionamento, é possível que ambos se amem e vivam juntos e ainda assim tenham vivências individuais, fazendo o que gostam sozinhos, seja em momentos com amigos, com a família e até mesmo individuais.
Pessoas submersas em relações com vínculo de apego ansioso, têm um constante discurso de tristeza, em que se sentem magoadas por situações que normalmente seriam banais, se vendo constantemente injustiçadas por comportamentos simples de seu parceiro. Além disso, possuem a necessidade de confirmar que o sentimento do outro é recíproco, até mesmo diversas vezes ao dia, por precisar reforçar sua aceitação e o fato de ser amado.
Se olharmos através da visão desta pessoa, vemos a sua grande dificuldade e sofrimento, pois isto faz com que perca a sua identidade e a capacidade de se reconhecer enquanto indivíduo. Torna-se dependente da constante aprovação e confirmação do amor do outro.
Isto faz com que haja uma sobrecarga emocional para o seu(sua) parceiro(a), pois não consegue suprir a estima do outro por si mesmo. Este tipo de apego precisa ser trabalhado em terapia, pois o relacionamento fica extremamente desgastado, pois o casal se comporta como se fossem um só individuo, não havendo autonomia de comportamentos. O saudável em uma relação é se complementarem e caminharem lado a lado, como parceiros havendo sempre trocas, e não um sendo somente o sustentáculo emocional do outro.