Tarefas domésticas são a causa de conflitos para muitos casais
10 jun 2019
A era atual tem características diferentes em termos de comportamento da era em que seus avós e até mesmo seus pais viveram. Esta época era marcada pela distinção das “tarefas masculinas e femininas”, cabendo ao homem ser o provedor financeiro da casa e à mulher as tarefas domésticas. E além destas, cabia à mulher o sustento emocional da família.
Porém, em função da mudança de costumes, dentre eles o fato das mulheres também terem entrado no mercado de trabalho, esta posição definida quanto às tarefas de cada um mudou radicalmente. Também se constatou a importância da participação do homem na estruturação emocional dos filhos. Esta reorganização necessária é motivo de conflito entre os casais modernos.
Estes conflitos geralmente são em função dos indivíduos terem sido criados dentro de uma determinada cultura familiar, e trazerem esta cultura para o casamento, onde as regras necessitam ser diferentes. É interessante notar que as pessoas não têm consciência do poder que estas regras que introjetaram têm na sua vida, mesmo que delas se discordem intelectualmente. E isto vem à tona em sua relação conjugal, quando as tarefas domésticas e a educação dos filhos necessitam ser divididas, em função da esposa trabalhar fora (ou não) ou por excesso de tarefas.
Mas, especificamente, de que tarefas estamos falando? Das tarefas que hoje são uma constante. Vamos pegar uma família em que se faz necessário levar e buscar os filhos na escola, depois na escolinha de futebol ou balet, na natação, no inglês, acompanhar as tarefas escolares em casa, etc. Além destas relacionadas diretamente aos filhos (ou casais que não tenham filhos), tem a manutenção e funcionamento da casa: lavar e passar as roupas, fazer o almoço e o lanche, lavar as louças inclusive do café da manhã. Ainda tem as compras da casa, pois sem isto não há o que cozinhar. Além disto, tem a manutenção dos aparelhos domésticos que volta e meia precisam ser consertados e precisa-se que tenha uma pessoa em casa para acompanhar. Acredito que de certa forma você se identificou com o que foi descrito acima.
E quem seria este “alguém” para desempenhar todas estas funções? A grande questão é que isto não é conversado antes do casamento, pois ambos estão focados no sentimento que os une – o amor – e que acreditam que se amando, tudo se resolve.
E é um grande choque, quando esta rotina diária lhes bate à porta. Às vezes a solução encontrada é um ceder para evitar conflitos e se responsabilizar por estas tarefas, mas fica o sentimento de sobrecarga, injustiça e o pior deles: o ressentimento. E este sentimento começa a corroer o que havia de mais precioso entre eles – o sentimento de amor.
E quando isto começa a ser verbalizado, geralmente gera muito conflito, pois se faz necessário uma reorganização de funções e tarefas. E a questão é que não existe um modelo pré-determinado a ser seguido. É algo que requer muita disponibilidade para mudanças, pois é necessário que aquele que não contribui para estas tarefas, saia de sua zona de conforto e se responsabilize por dividir estas funções. E aí é que pode gerar os conflitos internos e na relação, pois algumas pessoas se veem em choque ao se deparar com regras inconscientes incorporadas e das quais sempre discordou e se vê repetindo-as. Nada como a comunicação para buscarem a solução e reorganização para que retomem a harmonia inicial da relação.