Terapia de casal quando o casamento está por um fio
16 maio 2018
Grosserias, desatenção, impaciência. Você chega a se sentir invisível.
Se no seu relacionamento isto tem sido uma constante, e você vem falando, se queixando, pedindo, propondo por diversas vezes uma terapia de casal e em todas elas encontrando um parceiro sempre resistente, é compreensível que a situação atinja um ápice em que você já não aguenta mais.
Agora você está decidida a se separar, e comunica isto ao seu parceiro (ou sua parceira). De fato você está falando sério. Nesse momento ocorre um choque, só assim ele(a) se assusta, e resolve aceitar uma terapia, coisa que você já propôs há muito tempo.
Então, ao se assustar com a sua decisão, ele(a) aceita uma terapia de casal e chegam ao consultório com a relação “por um fio.” Querem resgatar a relação que está cheia de feridas e mágoas. O amor, a admiração e a confiança já estão desgastados. O desânimo e a descrença imperam. Será que dá para resgatar esta relação?
Antes de responder a esta questão, gostaria de alertar para que não deixem a situação chegar neste ponto, pois é muito mais fácil e possível trabalhar uma relação quando o nível de desgaste está menor.
E se chegou a este ponto e somente agora procuraram uma terapia? É possível uma retomada da relação? Respondo que, como em qualquer estágio que se encontra a relação – pouco desgastada ou muito desgastada – o sucesso da terapia de casal depende do grau de envolvimento e comprometimento de cada um. Ou seja, o empenho pela mudança. Mudanças individuais implicam em mudanças na relação. E mudanças na relação implicam em mudanças individuais. Se o seu parceiro muda, começa a te tratar melhor (mas de uma maneira genuína e não forçada ou calculada), a sua reação automática será também tratá-lo bem. E se continuarem neste caminho de entendimentos e gentilezas, é muito provável que ainda haja uma boa possibilidade para a retomada da relação.
Lembre-se: a relação só muda se as pessoas dessa relação mudarem. A responsabilidade é de ambos, e não apenas do outro.
Fica o alerta: não deixe a sua relação ficar “por um fio” para procurar ajuda na terapia de casal. É muito mais fácil trabalhar os problemas quando eles estão no início do que quando já estão crônicos. O tempo do resgate será bem menor.