Tentar controlar o outro nunca dará certo

Tentar controlar o outro nunca dará certo
07 maio 2017

O medo de perder o parceiro aflige muitas pessoas. Em alguns casos o medo não é motivado por nenhuma ação em específico, sendo apenas um sofrimento antecipado ao imaginar que outro poderá deixar a relação. Uma reação muito comum diante de tal medo é a tentativa de controlar o outro, tendo a sensação de que o completo controle sobre o que o outro faz, onde vai, com quem fala, deixará a relação mais segura e livre de surpresas ruins.

Os prejuízos de tentar controlar o outro

Ninguém gosta de ser controlado, de sentir que precisa dar justificativas até mesmo para as situações mais irrelevantes. Ninguém gosta de ter de provar que de fato foi ao supermercado, e não a qualquer outro lugar. A tentativa de controlar o outro pode soar como um cerceamento da privacidade, da individualidade, o que pode trazer conflitos para a relação, deixando o dia-a-dia desgastante tanto para quem se preocupa em controlar, quanto para quem é controlado.

Além disso, não existe uma forma totalmente eficaz de controlar o outro, de saber de fato onde ele está, com quem está falando e o que está fazendo. Desse modo, a tentativa de estabelecer controle deixará o relacionamento estafante, sem que seja possível assegurar os resultados de tal monitoramento. É por esse motivo que a confiança é primordial nas relações, pois partimos do pressuposto de que estamos com alguém em que podemos confiar, para que a relação flua de maneira harmônica. Basta pensarmos que, se o nosso parceiro(a) precisa ser monitorado constantemente para que não cometa erros, significa que não é um bom parceiro(a), já que o bom parceiro tem boa conduta por respeito e amor ao outro, não por vigilância.

Sinto a necessidade de controlar meu parceiro(a). O que fazer?

Viver em uma relação com medo de que ela termine não faz nenhum bem, pelo contrário, sofre-se durante a relação por pensar que ela pode acabar, o que por si só é uma contradição. É preciso entender que na grande maioria dos casos uma relação acontece por amor e pelo desejo de estar com o outro, sendo desnecessária a constante preocupação com o fim.

O diálogo aberto e transparente é uma ótima maneira de manter o casal unido. Ainda que seja útil expor todas as insatisfações e receios, não é recomendado que as discussões de relação ocupem mais que 1/5 das interações do casal.

Se ainda assim é difícil superar o medo do término, pode ser bastante útil a ajuda de um profissional como o psicólogo/terapeuta, profissional capacitado para diagnosticar as causas da insegurança e auxiliar o paciente a entender a situação e superá-la. Muitas vezes a insegurança atinge outros aspectos da vida pessoal, que também serão beneficiados diante da ajuda profissional.

Mestre em Psicologia pela Puc Minas, Ana Carolina Morici dá aulas de Pós-Graduação no Curso de Psicoterapia de Família e Casal da Puc Minas, e também no Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Atua como Terapeuta de Casais, Família e Individual.

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Ana Carolina Morici
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